Top 5 Cidades Campestres para Visitar no Brasil (parte 1)

Viagens e Culinárias

O turismo no Brasil está passando por uma transformação silenciosa, porém significativa. Cada vez mais, os viajantes estão trocando destinos urbanos e superlotados por experiências mais íntimas, sustentáveis e conectadas com a natureza. Cidades campestres, muitas vezes esquecidas nos roteiros turísticos tradicionais, ganham protagonismo por oferecer exatamente isso: sossego, autenticidade e beleza natural.

Agora, abriremos a Parte 1 da série “Top 5 cidades campestres para visitar no Brasil”, com cinco destinos encantadores que combinam tradição, natureza exuberante, gastronomia local e hospitalidade. São roteiros ideais para quem busca uma pausa no ritmo acelerado da cidade sem abrir mão de estrutura, charme e experiências memoráveis.

Por que o turismo campestre está em alta?

Nos últimos anos, o turismo campestre deixou de ser uma tendência pontual para se tornar um dos segmentos que mais cresce no setor de viagens no Brasil e no mundo. Longe dos grandes centros urbanos, das filas e do excesso de estímulos digitais, as cidades do interior — especialmente aquelas com forte ligação com a terra, a natureza e a tradição — têm se destacado como destinos altamente desejados por viajantes em busca de experiências mais humanas, autênticas e restauradoras.

Mas afinal, por que o turismo no campo está em evidência? A resposta envolve uma combinação de fatores sociais, culturais, ambientais e até psicológicos. A seguir, entenda em profundidade os motivos que explicam esse novo comportamento dos viajantes e o que torna o turismo rural uma alternativa cada vez mais valorizada.

1.A busca por experiências autênticas e menos comerciais

O perfil do viajante mudou. Hoje, muitos turistas não se interessam apenas por pontos turísticos famosos ou pacotes prontos. Eles desejam vivências reais, com contato direto com a cultura local, a culinária típica e o modo de vida das comunidades visitadas.

No turismo campestre, essa conexão é natural. As pessoas visitam fazendas, participam da colheita de frutas, cozinham com ingredientes frescos, ouvem histórias de gerações de moradores e redescobrem um estilo de vida mais simples e significativo. É uma forma de viajar com propósito.

2. Revalorização da natureza e do ritmo desacelerado

O turismo no campo oferece algo raro: tempo de qualidade e silêncio. Em um mundo cada vez mais veloz, digital e barulhento, muitas pessoas estão redescobrindo o prazer de acordar com o som dos pássaros, caminhar por trilhas sob árvores centenárias, assistir ao pôr do sol sem pressa ou simplesmente contemplar a paisagem sem nenhum compromisso.

Essa desaceleração é terapêutica. Muitos visitantes relatam que o turismo rural proporciona não apenas descanso físico, mas também alívio do estresse, reconexão emocional e sensação de bem-estar duradoura. O campo virou um antídoto natural contra a exaustão urbana.

3. Crescimento do turismo de experiência e de base comunitária

O turismo campestre se encaixa perfeitamente no conceito de turismo de experiência, onde o visitante deixa de ser apenas um espectador e se torna parte ativa da jornada. Visitas a pequenas produções de queijo, passeios com guias locais, aulas de culinária regional e participação em festas tradicionais tornam a viagem mais memorável e transformadora.

Além disso, há um forte apelo de responsabilidade social: ao se hospedar em pousadas familiares, comprar de pequenos produtores e valorizar o saber popular, o turista contribui diretamente para o desenvolvimento das comunidades locais e para a preservação de culturas e saberes.

4. Segurança, privacidade e controle de ambiente

O contexto pós-pandemia acelerou algumas mudanças no comportamento do consumidor. Destinos menos movimentados passaram a ser percebidos como mais seguros e saudáveis, com menor risco de aglomerações e melhor qualidade do ar.

O turismo rural oferece ambientes mais controlados, com hospedagens menores, ar livre abundante, alimentação mais saudável e fácil distanciamento social. Esse fator foi decisivo para a retomada do setor turístico nos últimos anos, com milhares de pessoas optando por viagens mais curtas, de carro, para locais isolados e tranquilos.

5. Gastronomia como experiência central

A cultura gastronômica rural é um dos maiores atrativos do turismo campestre. De mercados de produtores a mesas postas com receitas herdadas de gerações, o campo oferece sabores únicos, frescos e identitários.

Queijos artesanais, pães de fermentação natural, doces caseiros, café coado na hora, pratos com ingredientes sazonais e menus feitos com o que a terra oferece — tudo isso cria experiências sensoriais que se tornam memória afetiva para o visitante.

Além disso, cresce a demanda por turismo gastronômico sustentável, com experiências “da fazenda à mesa”, em que o visitante conhece a origem dos alimentos e consome de forma consciente.

6. Ecoturismo e turismo de aventura integrados ao campo

Outro fator relevante é que muitas cidades campestres também são pontos de partida para atividades de ecoturismo e turismo de aventura. Trilhas, cavalgadas, tirolesas, canoagem, escalada, observação de aves e passeios de bicicleta são comuns nesses destinos, tornando-os atraentes para públicos de diferentes faixas etárias e interesses.

Além de proporcionar lazer ativo, essas atividades favorecem o contato profundo com o meio ambiente e contribuem para a valorização dos recursos naturais locais, estimulando sua conservação.

7. Redescoberta do Brasil profundo

O turismo rural não é só descanso — é também um reencontro com as raízes brasileiras. Nas cidades campestres, o viajante tem acesso a tradições que resistem ao tempo: festas religiosas, danças folclóricas, artesanato local, crenças populares e uma identidade regional preservada com orgulho.

Muitas vezes, essas experiências são mais impactantes e formativas do que uma visita a grandes centros turísticos. Trata-se de um aprendizado sobre o Brasil real, feito de simplicidade, afeto e resiliência.

As 5 cidades campestres para visitar no Brasil: Natureza, Cultura e Sabores Autênticos

1.Gonçalves (MG) – Natureza e sabores nas montanhas de Minas

Principais atrações

Gonçalves é um dos destinos mais charmosos da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais. A cidade é um refúgio perfeito para quem busca trilhas ecológicas, vistas panorâmicas, cachoeiras e ar puro.

  • Trilhas da Pedra do Forno e Pedra Chanfrada: Caminhadas com níveis variados de dificuldade e vistas espetaculares da serra.
  • Cachoeiras do Retiro, das Andorinhas e dos Henriques: Ideais para banho, meditação e contemplação.
  • Feiras de artesanato e visitas a ateliês de cerâmica e marcenaria local.

Gastronomia

Gonçalves se destaca pela cozinha mineira de raiz, com toques contemporâneos e uso de ingredientes da agricultura familiar.

  • Queijos maturados de pequenos produtores
  • Pratos com pinhão, truta e cogumelos nativos
  • Cafés especiais da Mantiqueira e pães de fermentação natural

Curiosidades

  • A cidade é considerada um “polo de turismo slow” no Brasil, onde o tempo desacelera e o bem-estar é valorizado.
  • É comum encontrar pousadas ecológicas com aquecimento solar, hortas próprias e zero uso de plástico.

2. Domingos Martins (ES) – Cultura europeia no coração da serra capixaba

Principais atrações

Com forte influência alemã, Domingos Martins encanta com seu clima de montanha, arquitetura bávara e natureza exuberante.

  • Parque Estadual da Pedra Azul: Um dos cenários naturais mais fotogênicos do Brasil, com trilhas, piscinas naturais e observação de fauna e flora.
  • Rota do Lagarto: Caminho cênico cercado por pousadas, cafés e restaurantes.
  • Festivais típicos: Como a Sommerfest e a Festa do Morango, que celebram a herança germânica local.

Gastronomia

A culinária local mistura a tradição capixaba com sabores da Alemanha e da Itália.

  • Pratos típicos como salsichas artesanais, eisbein (joelho de porco) e strudel de maçã
  • Cervejas artesanais e vinhos da serra
  • Trutas defumadas e fondue nos restaurantes das montanhas

Curiosidades

  • Fundada por imigrantes europeus no século XIX, a cidade ainda preserva danças folclóricas, corais e tradições germânicas em festas locais.
  • O município possui uma das mais altas taxas de preservação ambiental do Espírito Santo.

3. São Francisco de Paula (RS) – Um refúgio natural e cultural na Serra Gaúcha

Principais atrações

Menos turística que Gramado e Canela, mas igualmente encantadora, São Francisco de Paula oferece um ambiente tranquilo com fortes raízes na cultura gaúcha.

  • Lago São Bernardo: Cartão-postal da cidade, ideal para caminhadas e piqueniques.
  • Parque das 8 Cachoeiras: Percurso ecológico com quedas d’água cercadas por mata nativa e fauna local.
  • Eventos de tradição gaúcha: Rodeios, bailes e encontros de música tradicionalista.

Gastronomia

A cidade oferece uma rica culinária gaúcha com foco em ingredientes locais e pratos típicos da serra.

  • Churrasco campeiro feito no fogo de chão
  • Galeto ao primo canto com polenta e salada de radicci
  • Vinhos e queijos da região serrana

Curiosidades

  • A cidade está situada em uma das regiões mais frias do Brasil, com geadas intensas no inverno.
  • Abriga comunidades quilombolas e indígenas, cuja cultura começa a ser incorporada nos roteiros de turismo de base comunitária.

4. Campos do Jordão (SP) – Elegância alpina com alma rural

Principais atrações

Embora seja conhecida pelo glamour da Vila Capivari no inverno, Campos do Jordão guarda experiências campestres autênticas em seus arredores.

  • Horto Florestal: Área de preservação com trilhas, arborismo, cachoeiras e espaço para piqueniques.
  • Trilhas do Pico do Itapeva e Pedra do Baú: Para aventureiros que buscam vistas panorâmicas e contato direto com a natureza.
  • Visitas a fazendas orgânicas com colheita de morangos, cogumelos e vegetais.

Gastronomia

A cidade possui uma das cenas gastronômicas mais sofisticadas da serra paulista, mas também cultiva a culinária rústica de montanha.

  • Fondues de queijos e carnes, trutas grelhadas e pratos com pinhão
  • Chocolates artesanais, cafés especiais e doces caseiros
  • Experiências “farm-to-table” em restaurantes integrados a sítios produtores

Curiosidades

  • A cidade abriga uma das maiores reservas de araucárias remanescentes do país.
  • Campos do Jordão é também referência em turismo acessível, com diversas trilhas adaptadas para cadeirantes.

5. Urubici (SC) – Altitude, aventura e autenticidade na Serra Catarinense

Principais atrações

Urubici é um dos destinos mais altos e frios do Brasil, com paisagens de tirar o fôlego, trilhas desafiadoras e opções de turismo rural.

  • Morro da Igreja e Pedra Furada: Com mais de 1.800 metros de altitude, é um dos mirantes mais incríveis do país.
  • Cânions Espraiado e do Funil: Ideais para os apaixonados por trekking e fotografia.
  • Cachoeira do Avencal e grutas esculpidas pelo tempo

Gastronomia

A cozinha de Urubici une a tradição serrana ao frescor de ingredientes produzidos localmente.

  • Pinhão, trutas, cordeiro e embutidos artesanais
  • Cafés coloniais completos, com pães, bolos e geléias feitos nas propriedades
  • Vinhos artesanais e cervejas produzidas na serra

Curiosidades

  • A cidade já registrou algumas das menores temperaturas do Brasil, atraindo turistas que desejam ver geada e até neve.
  • Urubici desenvolve roteiros de turismo rural com vivências na roça, colheita e atividades com famílias locais.

Como aproveitar ao máximo sua viagem campestre

Antes de embarcar rumo ao campo, vale planejar alguns detalhes:

  • Melhor época para viajar: outono e inverno oferecem charme especial, mas a primavera é ideal para quem busca natureza florida e trilhas secas.
  • O que levar: roupas confortáveis, calçados para trilha, agasalhos mesmo no verão e mochilas leves são essenciais.
  • Cuidados e respeito: valorize o comércio local, respeite a natureza e siga as orientações de conduta em trilhas e áreas preservadas.
  • Desconexão digital: aproveite para estar presente. Em muitos destinos, o sinal é fraco, mas a conexão com o momento é total.

Explorar o Brasil por suas cidades campestres é mais do que fazer turismo — é mergulhar em histórias, sabores, paisagens e tradições que revelam a alma do país. Gonçalves, Domingos Martins, São Francisco de Paula, Campos do Jordão e Urubici são apenas o começo de uma jornada repleta de encantos e descobertas.

Na Parte 2, traremos mais cinco destinos surpreendentes que continuam essa rota pelo melhor do campo brasileiro. Até lá, escolha seu primeiro refúgio e permita-se viver a experiência transformadora que só o interior pode oferecer.

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